"A organização criminosa fez vítimas em oito estados. Centenas de pessoas foram lesadas pelo golpe do leilão falso. As fraudes eletrônicas causaram prejuízos milionários. Com os bens apreendidos, sequestrados e bloqueados judicialmente, a grande maioria das vítimas poderão ter seus patrimônios restabelecidos", afirmou o delegado Felipe Colombari.
O grupo investigado desde 2023 agia em diversas cidades, não apenas no interior de Minas, como também em Curitiba e Rolândia, no Paraná.
Na primeira fase, um jovem de 27 anos e uma mulher, de 23, foram alvo da operação. Outras três ordens judiciais de buscas foram cumpridas sendo apreendidos celulares, que subsidiaram a continuidade da investigação.
Segundo o delegado de Frutal, João Carlos Garcia Pietro, uma das investigadas confessou que foi recrutada para receber os valores e indicou outros suspeitos para participarem, como um "esquema de pirâmide". A primeira vítima da quadrilha, inclusive, foi identificada em Frutal.
Já a segunda fase da operação cumpriu mandados contra os alvos em São Paulo.
"A Polícia Civil orienta a todo cidadão de bem que procure desconfiar de sites que não tenham a origem confirmada pelo Google, sites que apresentem preços muito baratos, que não condizem com a realidade e que pode indicar indícios de fraude. Toda esmola, o santo desconfia. Na dúvida, não faça o negócio para não ter problemas no futuro", disse Colombari.
Foram presas 12 pessoas, com apreensão de 32 veículos e bloqueio de outros 506. As autoridades também sequestraram 86 imóveis e bloquearam 1.023 contas bancárias, totalizando R$ 18 milhões em valores congelados.
O Golpe do Leilão Falso ocorre através de sites de leilões que não existem. Assim, quando a vítima pesquisa leilões na região, os sites falsos são facilmente encontrados na plataforma de busca.
No caso investigado, os suspeitos criaram um site de leilão com o endereço semelhante a outro verdadeiro. Ao pesquisarem na internet, muitas vítimas acessavam o site falso promovido na plataforma pelos suspeitos.
Ao arrematar um suposto veículo, as vítimas eram direcionadas para uma conversa em aplicativo de mensagens, sob o pretexto da finalização das tratativas. Nesse momento, os suspeitos solicitavam transferências via Pix para contas de terceiros.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/d/9/JqgvXFSfAhIMmh0QAYNQ/whatsapp-image-2024-04-30-at-15.02.10.jpeg)
Celulares apreendidos na primeira fase da Operação Martelo Virtual — Foto: Polícia Civil de Minas Gerais
O nome da operação é uma referência direta ao objeto utilizado em leilões presenciais para finalizar um lance e determinar o vencedor.
No contexto do golpe de leilão falso, segundo a PC, o martelo virtual sugere a transposição desse elemento físico para o ambiente digital, onde os lances fraudulentos são realizados de forma virtual e ilusória.
Por: G1