Na sequência, foram feitos tratamentos simultâneos com a nanoemulsão em células infectadas a uma concentração máxima, não tóxica, de 180 microgramas por mililitro. Os resultados foram comparados com os de outra formulação sem o óleo de copaíba.
No resultado do teste, foi observada uma inibição viral de 80% para a versão com o óleo e de 70% para a versão sem, ou seja, tanto a estrutura da nanoemulsão quanto sua associação com o óleo apresentaram a atividade.
Segundo a Fapesp, os pesquisadores também fizeram um teste de dose-dependência para verificar se uma concentração aumentada melhoraria a capacidade de inibição nos níveis de RNA viral, o que foi confirmado.
Segundo a Fapesp, apesar dos resultados promissores, os pesquisadores são cautelosos: como a nanoemulsão sem óleo também apresentou atividade antiviral, existe a possibilidade de parte do efeito estar relacionada à composição da lecitina do ovo presente na estrutura da nanoemulsão.
Outros estudos já demonstraram, inclusive, capacidade inibitória de nanoemulsão lipídica derivada de alimentos naturais.
Além disso, faltam detalhes sobre como a replicação do vírus da Zika é inibida. A coordenadora da pesquisa explica que são necessários estudos adicionais para identificar, por exemplo, em quais etapas isso ocorre.
“Com essas informações, seria possível determinar a maneira como um futuro medicamento poderia ser utilizado: como pré-tratamento ou após a infecção”, acredita a pesquisadora.
Por enquanto, a prevenção se mantém como a melhor maneira de combater a doença, de acordo com o Ministério da Saúde, que recomenda evitar acúmulo de água em calhas, caixas d’água abertas, lajes, pneus e vasos, locais onde o Aedes aegypti deposita seus ovos.